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Galerias Pluviais em Itapeva

Entrevista da ARESPI com o secretário de Obras de Itapeva, Engenheiro Marco André.

Fizemos algumas perguntas sobre as obras das galerias pluviais em Itapeva para o secretário, principalmente na área do parque industrial.

O que é uma Galeria Pluvial?

Água pluvial é a água provinda das chuvas, que é colectada pelos sistemas urbanos de saneamento básico nas chamadas galerias de águas pluviais e que pode ter tubulações próprias, sendo posteriormente lançadas nos cursos d’água, lagos, lagoas ou baías).

Por que lá no Parque Industrial?

Essa obra de controle de galerias pluviais do Parque Industrial, é uma das quais a atual gestão da prefeitura de Itapeva tem dado continuidade aos contratos e compromissos da gestão anterior. Após a finalização das galerias será feita a pavimentação com lajotas no local. Esse é um serviço de melhoria e qualidade. A execução dessa obra é de muita importância, pois se trata de uma área que existe ha mais de vinte anos sem nenhum trabalho realizado nesse aspecto, até então.

O que será feito e por quê?

Serão feitas galerias de águas pluviais e consequentemente a pavimentação do local com lajotas. As galerias serão feitas para melhorar o escoamento das águas da chuva, melhorando, principalmente, a qualidade das vias de transporte da área e diminuindo a manutenção da pavimentação.

Quando começou?

O serviço foi iniciado no meio do ano passado, mas deu uma parada de, aproximadamente, 8 meses.

Qual o tempo para terminar a obra?

Acredito que, em mais uns dois anos, terminaremos toda infraestrutura para dar mais qualidade ao espaço que esta há vinte anos sem ter esse tipo de trabalho.

O solo é bom para ser construído?

Em alguns locais é necessária a troca de solo, pois temos alguns veios de solos arenosos que podem causar maior erosão, mas em geral, não temos grandes problemas.

Quais as condições do local para fazer as galerias?

Itapeva está localizada em uma região com declives e aclives muito próximos uns dos outros, e isso cria bacias de recebimento de água. Com o crescimento da cidade, essas bacias, que estão nos morros, são permeabilizadas pela ocupação dos espaços: casas e asfaltos; isso causa uma pressão maior nos fundos de vale. Quando não se tem ocupação, essas águas são filtradas pela própria terra e quando não, elas precisam ser drenadas e direcionadas para córregos e ribeirões para que seja feito o escoamento disso. Tudo isso cria uma maior quantidade de volume de água que é associada a uma maior velocidade do escoamento, então exige comprometimento do município em executar o serviço, para que não haja enchentes e alagamentos que vemos na época do verão. É um processo contínuo que exige um investimento muito grande. O município, nos últimos anos, deixou de fazer serviços de drenagem porque, normalmente, eles ficam debaixo da terra, fato que impede a visibilidade e respostas políticas.

Quais as dificuldades da obra?

Uma das maiores dificuldades é que não temos uma rede de água e esgoto ainda instalada no distrito industrial, consequentemente não é possível fazer a pavimentação do local. Mas a maior dificuldade é a irregularidade geográfica da ocupação. Uma coisa é você preparar toda infraestrutura de água, esgoto e galerias pluviais e outra é se adequar a essa ocupação. Lá não há ocupação de casas, que é uma ocupação regular onde, a cada 10 metros, você tem um portão. A ocupação é de indústrias, onde há áreas muito grandes e onde existem duas ou três saídas da mesma empresa, outras são menores com uma saída só, além da movimentação de caminhões e veículos, com pesos e dimensões que superam a normalidade do município, que tem dificuldades em fazer manobras e atender as atividades das empresas.

Para onde vai todo esse fluxo de escoamento de água?

São direcionados para um córrego no fundo do distrito, mas de uma forma geral, todo fluxo de água é direcionado para córregos e ribeirões mais próximos dos muitos que temos em torno da cidade: Córrego do Aranha, Ribeirão do Fundo, Rio Taquari e entre outros. Esse trabalho de dimensionamento do escoamento é muito importante porque, pelo aumento do fluxo das águas desses ribeirões, pode-se causar algum tipo de processo erosivo. Esse trabalho não termina quando se joga a água da chuva no córrego, tem que ter um acompanhamento, pois podem causar problemas posteriores.

Quais as dimensões do projeto?

A secretaria de obras e meio-ambiente, hoje, tem várias obras em andamento na área de pavimentação e na área de construção, como escolas, postos de saúde, quadras e praças, o que nos apresenta um total de aproximadamente 12 obras em andamento com situações bem diferentes uma das outras. Estamos com dois postos de saúde para serem entregues, dois no meio do cronograma da obra e dois para serem iniciados, totalizando seis postos de saúde. Temos também três escolas em encaminhamento, algumas praças para terminarmos e as quadras; uma gama de serviços que não são de pavimentação e a pavimentação da zona industrial, em frente ao residencial Morada do Bosque, no Parque Cimentolândia, Jardim Bonfiglili, Bom Jesus, fora operação “Tapa-Buraco” que esta em toda cidade. Serviços grandes e dispersos.

Sobre as obras de controle das águas fluviais, temos também em andamento o conjunto habitacional morada do Bosque, no Bairro de Cima, que necessita de obras de controle das águas na parte externa do condomínio e, também, no bairro Bom Jesus e Jardim Bonfiglioli, além da equipe de manutenção constante, que é muito importante para evitar maiores problemas.

Quais empresas responsáveis?

Nós temos processos licitatórios. A firma que faz o trabalho hoje chama-se Porticom. Todo o resto de serviço de fiscalização, abertura e manutenção de vias são feitos pela própria secretaria de obas e transporte.

Qual custo total do projeto?

Hoje temos uma previsão de gastos de aquisição de materiais na ordem de 700 mil reais, somente em tubos e materiais. Contando com mão de obra e equipamentos, podemos estimar em um custo três vezes maior que esse, ou seja, devemos gastar aproximadamente R$ 2 milhões para execução dessas obras. Esse valor, a princípio, pode parecer muito, mas ainda é pequeno em relação a necessidade do município.

Quais as próximas obras?

Nesse primeiro ano de mandato, estamos dando sequência aos convênios, contratos e orçamentos que vieram do governo anterior. Isso faz com que tenhamos que nos dedicar a realizar contratos já firmados, mas, ao mesmo tempo, temos um setor de planejamento com projetos a serem executados no ano que vem. As obras de pavimentação no município estão muito espalhadas, às vezes, a população pode não entende porque é feita a pavimentação em uma rua e na outra não, mas nós procuramos atender e cumprir contratos herdados do governo anterior. Pretendemos reunir mais as obras, para poder atender melhor a população e resolver de forma definitiva e mais concentrada em alguns locais.

A manutenção das galerias pluviais pela cidade é de extrema importância para a manutenção das vias. Ela esta sob a pavimentação, e com algum problema não identificado ou falta de manutenção das galerias, fazem com que a água vá fracionando a pavimentação, e quando menos se espera, aparecem trincas no asfalto.

Hoje nosso maior problema está nas galerias próximo ao fórum, na Avenida Paulina de Morais. As galerias existentes lá são as quais chamamos de tubo Ármico, que foram colocadas a mais de vinte anos atrás. Existe um tempo em que ele começa a ter problemas. A grande maioria dos problemas nesse local é ocasionada pela perca da estruturação desse tubo, ela ocorre porque outros materiais como óleo, borracha dos próprios carros entram no fluxo das águas. Esses materiais acabam se depositando no fundo do tubo, causando corrosão do metal.

Nós temos alguns levantamentos que apresentam investimentos para manutenção das galerias pluviais e pavimentação da Avenida dona Paulina de Moraes, com valores que ultrapassam R$ 30 milhões.

Para isso temos duas soluções possíveis: a primeira é realizar a total troca desses tubos, por isso o custo é maior que R$ 30 milhões; a outra situação é fazer a reabertura do córrego que passa ali por baixo, igual foi feito na Avenida Mário Covas. O problema é a inutilização da rua acima das galerias.

A prefeitura está trabalhando para conseguir essa verba, por enquanto temos que buscar a melhor solução possível dentro da nossa realidade. E na nossa realidade é que não temos R$ 34 milhões.

As fotos foram feitas na rua Alfredo Moreira de Souza no Parque Industrial.

Fonte: ARESPI