Ruído Elevado para os Motoristas: como proteger o colaborador de uma perda auditiva?
É sabido que muitas vezes os motoristas de ônibus, caminhões e outros meios de transporte não estão atentos ao barulho produzido pelo trânsito. Muito menos que isso pode causar a redução da audição, zumbidos e até surdez.
Os níveis de pressão sonora aos quais estes trabalhadores estão expostos durante a jornada de trabalho, especialmente em ambulâncias e naqueles veículos cujos motores estão localizados na parte dianteira, são elevados e ultrapassam o que é estabelecido pela norma Brasileira. Dessa forma, verifica-se a necessidade do desenvolvimento de ações preventivas voltadas à saúde desses profissionais já que elevados níveis de ruído podem interferir negativamente na saúde auditiva e qualidade de vida dos trabalhadores.
Valores elevados devido ao uso de sirenes, buzinas e conversas entre os passageiros são as principais causas dos valores elevados de ruído quantificados.
O ruído não prejudica somente a audição, mas também pode acarretar distúrbios de sono, transtorno cardiovascular, estresse, fadiga, tensão psicológica, nervosismo, dificuldade no relacionamento social, tontura, irritabilidade, alterações no sistema nervoso, cardiovascular, pulmonar, metabólico e endócrino.
Sabiam que pesquisas apontam que aproximadamente 20% dos motoristas já perderam parte de sua audição e nem se dão conta disso?
Nossa legislação trabalhista não permite que os trabalhadores expostos ao ruído acima de 85dB (jornada de 8 horas) exerçam suas atividades sem a devida proteção.
Mas o que o empregador deve fazer? Se o Código Brasileiro de Trânsito não recomenda o uso de protetores auriculares?
Uma opção seria reduzir o tempo de exposição deste colaborador ao agente nocivo, reduzindo a carga horária do motorista conforme o valor de ruído quantificado após uma dosimetria.
Mas antes de qualquer medida é necessário primeiramente realizar uma dosimetria de ruído para saber se este agente encontra-se acima dos limites de tolerância para os seus colaboradores.
Isabelle Juliana de Souza Netto Sampaio
Engenheira de Segurança do Trabalho
Higienista Ocupacional
Ergonomista
Proprietária da Quanttec