Área Tecnológica na Mídia – 29/04 a 03/05

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Área Tecnológica na Mídia – 29/04 a 03/05

Área Tecnológica na Mídia – 29/04 a 03/05

03/05


   


Pesquisadores da Universidade do Texas desenvolveram uma nova e-skin  ―   pele eletrônica elástica ― a primeira sensível ao nível humano. Ou seja, poderá tornar robôs sensíveis ao toque, relata o Olhar Digital. Segundo o TechXplore, a tecnologia e-skin existente perde a precisão da detecção conforme se estica, diferente da nova versão, como explica Nanshu Lu, professora do Departamento de Engenharia Aeroespacial e Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia Cockrell, que liderou o projeto. “Assim como a pele humana precisa se esticar e dobrar para acomodar nossos movimentos, o mesmo acontece com a pele eletrônica. Não importa o quanto nossa pele estique, a resposta à pressão não muda, e isso é uma conquista significativa”, explicou. Lu entende que a e-skin extensível é componente crucial para uma mão robótica que tenha o mesmo nível de suavidade e sensibilidade ao toque que a mão humana possui. Essa tecnologia poderá ser usada em cuidados médicos – robôs com a capacidade de verificar o pulso, limpar o corpo do paciente ou massageá-lo. “No futuro, se tivermos mais idosos do que cuidadores disponíveis, será uma crise mundial. Precisamos encontrar novas maneiras de cuidar das pessoas de maneira eficiente e gentil, e os robôs são peça importante desse quebra-cabeça”, ressaltou a pesquisadora. Esses robôs com pele sensível também poderiam ser utilizados em desastres – poderiam socorrer pessoas feridas e presas em terremotos ou em prédios desabados, podendo aplicar cuidados médicos já no local. A e-skin detecta a pressão do contato, permitindo que o sensor acoplado entenda quanta força usar, por exemplo, para agarrar um copo ou tocar uma pessoa. Nos testes da nova tecnologia, a elasticidade permitiu aos pesquisadores a criação de sondas e pinças infláveis, capazes de mudar de formato para realizar diversas tarefas sensíveis baseadas no toque. Os pesquisadores explicam que a força-motriz dessa e-skin é um inovador sensor de pressão de resposta híbrida, no qual Lu e colegas trabalham há anos.

 


Desde 2008, a empresa Urbam (Urbanizadora Municipal) opera uma central em São José dos Campos para tratar o biogás oriundo do aterro sanitário. Todo o gás, até então, era captado e queimado. Agora, uma solução começou a ser implantada no município: a transformação do biogás em energia elétrica para abastecer os prédios públicos da cidade, registra o Ciclo Vivo. A Usina de Geração de Energia Elétrica a partir do biogás é composta por seis motores com capacidade de geração de 1,6 MWh de energia. Segundo a prefeitura, a instalação é suficiente para suprir o equivalente a 30% da energia consumida pelos prédios públicos, como hospitais e escolas. “Serão 974 instalações que obterão créditos, ou seja, abatimento nas contas de energia dos prédios públicos pelo período de 60 meses. O valor do contrato é R$ 20,168 milhões. A iniciativa com o biogás tem previsão de economizar R$ 15 milhões no custeio de energia, ou seja, 36,7% nas contas”, detalha a prefeitura em comunicado. O biogás é resultado da decomposição dos resíduos sólidos encaminhados ao aterro. Ele é captado por uma rede de drenos subterrâneos, que se estendem por toda a área do aterro. É direcionado à central, onde é queimado. O problema é que o biogás é composto principalmente por metano, um gás 21 vezes mais impactante na atmosfera do que o dióxido de carbono (CO²). Por isso, soluções que o aproveitam para gerar energia são tão importantes.

 


O grupo de pesquisa selecionado para atuar como Centro de Competência em Segurança Cibernética pertence ao Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR) e receberá R$ 60 milhões, originários do Programa Prioritário (PPI) IoT/Manufatura 4.0 do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O Centro de Competência atuará em quatro linhas temáticas de pesquisa: Gestão de Identidade e Acesso; Proteção e Privacidade de Dados; Inteligência para Ameaças Cibernéticas e Aspectos Legais, Éticos e Comportamentais, relata TI Inside. Com a crescente digitalização de processos industriais e o aumento da conectividade, proteger sistemas e dados contra ameaças cibernéticas tornou-se uma prioridade, frisou o presidente da Embrapii, Francisco Saboya: “Esse Centro de Competência tem uma infraestrutura robusta de segurança cibernética, que protege os ativos das empresas e promove a inovação”. O MCTI e a Embrapii já anunciaram outros oito Centros de Competência em áreas estratégicas e em temas de fronteira: Tecnologia e infraestruturas de Conectividade 5G e 6G; Open RAN; Tecnologias Imersivas Aplicadas a Mundos Virtuais; Mobilidade Elétrica; Agricultura Digital; Sensoriamento Inteligente; Tecnologias Quânticas e Terapias Avançadas, com investimento total de R$ 495 milhões pela Embrapii. O modelo tem o objetivo de gerar conhecimento e capacitar recursos humanos que vão apontar novos caminhos para atender aos desafios futuros que serão impostos ao setor industrial, por meio da interação com Centros de Competência de excelência e um pool de empresas industriais. A iniciativa combina ações de ampliação e fortalecimento de competência científica e tecnológica em PD&I; formação e capacitação de recursos humanos para PD&I; estabelece associação tecnológica com a indústria e atrai e cria startups em um ambiente de inovação aberta.

 


Entre os desafios enfrentados em plantações de cana-de-açúcar, insumo produzido pela Tereos, está a proliferação de ervas daninhas, que geram perdas e diminuem a vida útil do canavial. Para combater o problema, a empresa de produção de açúcar, etanol e bioenergia está investindo em uma solução tecnológica: robôs que usam sensores e inteligência artificial para identificar as espécies invasoras e aplicar os defensivos agrícolas na quantidade necessária. A inovação, batizada de Solix Sprayer, foi desenvolvida pela parceira Solinftec, startup especializada em fornecer tecnologias para o agronegócio e que já trabalha com a companhia em outras frentes de transformação digital desde 2016. Na prática, funciona assim: o robô autônomo movido a energia solar recebe uma missão pelo GPS, enviada por uma equipe de cientistas de dados da Tereos, que o orienta por qual caminho ele deve seguir no canavial. Um humano dá o comando por meio de um aplicativo, e o robô consegue ‘caminhar’ sozinho pela plantação, enviando diversas imagens em tempo real por meio de suas 12 câmeras acopladas. Em caso de ervas daninhas, ele age rapidamente no combate, aplicando os defensivos agrícolas. No projeto-piloto, que começou no início da safra de abril, foram dois robôs atuando no campo da unidade industrial de Cruz Alta (SP), onde fica a equipe de operações da Tereos. Após ganharem mais confiança na solução, a ideia é expandir para as outras unidades da companhia na região noroeste de São Paulo, localizadas em Guaraci, Tanabi, Colina, Guaíra e Pitangueiras. Carlos Simões, diretor Agrícola e de Planejamento da Tereos, destacou a Época que já alcançaram um resultado expressivo nos primeiros testes: uma redução de quase 50% no uso de defensivos agrícolas, o que reflete em uma economia na compra do produto, além de menor impacto ambiental.

 

 

02/05



A greentech MABE Bio, que utiliza tecnologia para transformar plantas brasileiras em novos produtos, garantiu um novo aporte. A startup das empreendedoras Marina Belintani e Rachel Maranhão atraiu capital de Anjos do Brasil, Sororitê e da investidora-anjo Isabella Prata. O valor da nova rodada não foi divulgado, mas somado com o pré-seed da Antler, chega a R$ 1 milhão. A ideia para a startup surgiu durante o mestrado de Belintani em biomateriais no Royal College of Arts, em Londres. Ela estudou o potencial de plantas invasoras e se apaixonou pela possibilidade de transformar algo que era considerado um problema em produto de alto valor agregado. A empreendedora desenvolveu uma tecnologia para transformar ervas daninhas em novos materiais de interesse de diferentes indústrias, com foco inicial no têxtil, relata Um Só Planeta. O projeto ganhou novo fôlego durante um ‘cohort’ (técnica usada na indústria de tecnologia para avaliar grupos de usuários) da gestora Antler, que realiza programas para conectar empreendedores. Foi lá que ela conheceu Rachel Maranhão, com longa passagem pelo Itaú e experiência como empreendedora. Terminaram o programa como sócias e receberam US$ 150 mil da Antler. No Brasil, a planta escolhida para desenvolver os primeiros testes foi o angico, árvore de porte mediano, presente na Caatinga, no Cerrado e na Mata Atlântica. A planta passa por um beneficiamento junto a outros ingredientes e é transformada em um tecido alternativo ao couro, que pode ser usado em roupas, sapatos, acessórios, estofamento de veículos, decoração e papelaria. As sócias também estudam o reaproveitamento das sobras para produzir bioplástico e biocompósito, um substituto ao MDF.A MABE Bio mapeou comunidades para adquirir o insumo. Por enquanto, a prioridade foi dada para comunidades próximas de São Paulo pela questão logística.

 


A Engenharia Biomédica é uma disciplina crucial nos avanços científicos e tecnológicos na saúde. A abordagem multidisciplinar integra diversas áreas de conhecimento para o desenvolvimento de produtos e processos inovadores. Além disso, desempenha um papel fundamental no estímulo ao setor industrial, capacitando engenheiros com habilidades empreendedoras. Nesse cenário, a Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica e a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP organizaram o Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica, que será realizado de 2 a 6 de setembro, com o tema: ‘Integrando Ciência, Tecnologia e Inovação para uma Prática Clínica Acessível e Sustentável’, destaca o Jornal da USP. O evento reunirá no campus da USP em Ribeirão Preto líderes da academia, da indústria e do governo, para promover a disseminação de avanços científicos, tecnológicos e inovadores, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico relacionado ao complexo industrial da saúde no Brasil. Além da programação temática, haverá minicursos e dinâmicas empreendedoras como a Biochallenge Brasil e o Ideathon em Inovação e Tecnologia em Saúde. Segundo os organizadores, o evento busca estimular políticas públicas que favoreçam o desenvolvimento de inovações tecnológicas na saúde e facilitem a integração no sistema de saúde pública. A iniciativa visa a impactar positivamente toda a sociedade brasileira, diante de uma crescente demanda por profissionais e recursos no sistema de saúde nacional.

 


Pesquisadores da Universidade de Queensland (UQ), na Austrália, construíram um nanogerador que produz eletricidade ao absorver dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases do efeito estufa. A novidade foi descrita no periódico Nature Communications em 26 de março, mas só foi divulgada em comunicado no último dia 18 de abril. Com pequenas dimensões, o nanogerador é feito de dois componentes: gel de poliamina, já usado pela indústria para absorver CO2; e nitrato de boro, que é capaz de gerar íons positivos e negativos. Para fabricar o nanogerador, os cientistas misturaram o gel de poliamina e nitrato de boro a um hidrogel composto por 90% de água. “Descobrimos como tornar os íons positivos muito maiores que os íons negativos e, como os diferentes tamanhos se movem em velocidades diferentes, eles geram uma corrente de difusão que pode ser amplificada em eletricidade para alimentar lâmpadas ou qualquer dispositivo eletrônico”, explica Zhuyuan Wang, do Centro Dow para Inovação em Engenharia Sustentável da UQ. Em seguida, os componentes foram moldados em discos de quatro centímetros e pequenos retângulos, os quais foram posteriormente submetidos a testes dentro de uma caixa selada e preenchida com CO2. Os pesquisadores planejam ampliar as dimensões do gerador visando gerar eletricidade para alimentar dispositivos como celulares ou laptops. Além disso, eles exploram sua aplicação no processo industrial de captura de dióxido de carbono para a produção de eletricidade. O Um Só Planeta explica que o nanogerador é negativo em carbono: ele não só compensa a liberação, mas de fato consome o gás do efeito estufa. Atualmente, os geradores convencionais são alimentados por óleo diesel. Já as alternativas verdes, como os dispositivos que funcionam por meio de fontes renováveis, comportam as preocupações ambientais, mas não são negativas em emissões.

 

30/04



As explosões solares ocorrem por meio da liberação repentina e intensa de energia em forma de radiação eletromagnética na atmosfera do Sol. Esses eventos acontecem de forma cíclica, com o período de 11 anos entre cada um deles. Isso significa que, durante um ciclo, o Sol transita de fases tranquilas para fases intensas e ativas. O ápice para o atual ciclo estava previsto para julho de 2025, entretanto, os cientistas do Centro de Previsão do Clima Espacial de Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA concluíram que o clímax teve início em janeiro deste ano e se estenderá até outubro, ou seja, com um ano de antecedência. Roberto Costa, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), disse ao Jornal da USP que atualmente entende-se que, além do ciclo de 11 anos, “o Sol pode ter vários ciclos superpostos” com períodos de 22, 80, 120 anos, e talvez períodos ainda maiores. Inicialmente, a preocupação maior com o pico do ciclo solar estava relacionada à interferência na comunicação via internet, entretanto, Costa ressalta que “as explosões não interferem na comunicação da internet, já que a maioria da comunicação internacional é feita por cabos submarinos de fibra óptica e não via satélite”. As consequências das explosões são observadas por conta dos problemas relacionados aos satélites. “Existe uma quantidade muito grande de problemas relacionados com geolocalização. A gente está habituado a procurar caminhos e encontrar pelo aplicativo do celular que usa a rede GPS, por exemplo”, explica Costa. O que pode ser complicado, além da comunicação via satélite, é a radiocomunicação. Se ocorrer uma explosão solar, um eventual jato de vento solar pode atingir a Terra, em consequência, a comunicação com os satélites “pode ficar seriamente perturbada por um certo tempo”.

 


A disciplina Tecnologia e Desenvolvimento Social I, oferecida pela Escola Politécnica (Poli) da USP há mais de dez anos, tem como objetivo fomentar ideias de possíveis soluções para problemas reais. O professor Antonio Luís de Campos Mariani, do Departamento de Engenharia Mecânica da Poli e coordenador da disciplina, conta que escolheu em 2033, pela primeira vez, um público-alvo específico para os protótipos a serem desenvolvidos: ‘pessoas em situação de rua’. No decorrer do semestre, foram desenvolvidos três projetos: resfriador de pães, mapeamento de onde essas pessoas estão geograficamente e jaqueta confeccionada com tecido de guarda-chuva. O projeto ‘Jaqueta de chuva econômica’, desenvolvido pelos alunos Evandro Uehara Viaro (Engenharia Mecânica) e Matheus Spinardi (Engenharia Mecatrônica), surgiu com a ideia de criar algo que pudesse proteger as pessoas em situação de rua das chuvas e baixas temperaturas. Os materiais escolhidos para confeccionar os protótipos foram nylon de tecido de guarda-chuva para fazer a jaqueta e sacolas plásticas de supermercado para fazer o colete. O nylon de guarda-chuva tornou-se um grande destaque: além da grande capacidade de impermeabilização e isolamento térmico, foi uma forma de encontrar um destino correto para um tipo de tecido que leva muito tempo para se decompor. Outros materiais utilizados foram manta acrílica e velcro, comprados para dar o acabamento ao casaco. Para a confecção desses protótipos de nylon de guarda chuvas, foi feita uma parceria com o curso de Design de Moda da PUC-Campinas para a confecção da jaqueta, realizada pela aluna Rebecca Lima de Abreu.

 


O governo de SP vai implementar um projeto-piloto de uso da tecnologia Port Community System (PCS) nas operações no porto de São Sebastião. A adoção do sistema prevista para até 2026 abre a oportunidade de ganhos de eficiência na logística portuária com maior integração entre os agentes envolvidos, redução de custos e diminuição de tempo de espera em filas de embarcações e veículos de cargas, informa o portal do governo estadual. O PCS é uma plataforma digital que integra os agentes da comunidade portuária, reduzindo o tempo de espera de navios e caminhões e o custo das operações de importação e exportação. Com o investimento na tecnologia e os avanços promovidos pela gestão em infraestrutura de transporte, com destaque para a conclusão das obras do Contorno Sul da Rodovia Nova Tamoios, prevista para final deste ano, o Porto de São Sebastião deve avançar na eficiência das operações portuárias para se tornar referência e modelo. O sistema digital é utilizado em portos como o de Hamburgo, na Alemanha, de Rotterdam, maior da Europa, na Holanda, e o de Valência, na Espanha. O PCS integra informações sobre chegadas e partidas de navios, além de cargas importadas e exportadas. Da autoridade portuária até os armadores, despachantes e práticos, todos os stakeholders envolvidos estarão dentro do sistema.

 


Um novo método de recuperação de áreas degradadas por mineração foi desenvolvido utilizando uma técnica chamada Rock-Eval, pouco explorada em análises de solo. Segundo a Agência Fapesp, esta técnica permite avaliar a quantidade e qualidade da matéria orgânica, sendo aplicada na combinação de materiais como cálcio, magnésio e querogênio para produzir um solo modificado chamado Tecnossolo. Esse solo mostra alta estabilidade, capturando mais carbono e emitindo menos CO2 para a atmosfera ao longo do tempo. O estudo, publicado na revista Soil Biology and Biochemistry, revelou que a interação entre minerais e matéria orgânica é crucial para sua estabilidade, destacando a importância da compreensão desse processo para a gestão sustentável da terra. A pesquisa analisou ainda a estabilidade da matéria orgânica em diferentes tipos de solo, incluindo Tecnossolos ricos em cálcio, magnésio e querogênio. Os resultados mostraram uma sinergia entre o querogênio e o material de planta no Tecnossolo, conferindo-lhe uma estabilidade maior do que os componentes separados. Além disso, o estudo revelou que a forma como os minerais se ligam à matéria orgânica influencia sua estabilidade, abrindo novas possibilidades de pesquisa para entender e melhorar práticas agrícolas e de restauração florestal.

 

29/04



A primeira casa construída usando impressão 3D em Portugal chegou em grande estilo. A residência foi erguida pela startup Havelar em apenas 18 horas. A residência tem 80 metros quadrados, dois quartos e está localizada na zona do Grande Porto, informa Ciclo Vivo. A construção usou a impressora BOD2 da COBOD, a mesma usada para construir o maior edifício impresso em 3D da Europa. A BOD2 é uma impressora robótica de construção 3D com um sistema modular que permite escolher a configuração de tamanho que atende aos requisitos de cada projeto. O número de módulos é escolhido de acordo com o projeto de construção específico. De acordo com a startup, as casas impressas em 3D de Havelar podem ser produzidas pelo custo de 1,5 mil euros por metro quadrado – um valor abaixo do mercado do Porto, de cerca de 3,1 mil euros por metro quadrado. O preço mais acessível está relacionado com a velocidade de construção. A impressora distribui camadas com uma mistura semelhante a cimento, erguendo a estrutura básica da casa. Embora o processo de impressão demore 18 horas e seja automatizado, a presença de construtores humanos ainda é necessária para a instalação das janelas, portas, painéis, telhado e todos os outros acabamentos necessários. Todo o projeto foi construído em menos de dois meses, um prazo muito mais rápido do que o normal. A residência é térrea, com paredes nervuradas que indicam que foi construída com tecnologia de impressão 3D. A Havelar tem como objetivos reduzir a geração de resíduos de construção civil e ajudar na transição para materiais de construção mais sustentáveis, com uma pegada de carbono menor. A empresa quer atingir a neutralidade de carbono até 2030 em sua operação por meio do uso de materiais como terra, lodo, palha e outros biomateriais.

 


Artigo publicado na revista Insects determina com precisão a distância de dispersão de um tipo de vespa que neutraliza uma praga comum em áreas de produção de soja – o Euschistus heros, inseto conhecido como percevejo marrom. Trata-se de um grave desafio à produção de soja na América do Sul e seu controle é difícil por causa de resistência a inseticidas químicos, afirmam os autores do artigo. Já a solução, a Telenomus podisi, é uma espécie de microvespa parasitoide, descrita pelo entomologista norte-americano William Harris Ashmead em 1893. Com o estudo conduzido por cientistas da Unesp e da Universidade Estadual de Oklahoma, é possível aprimorar a liberação da vespa para assegurar o controle biológico do percevejo, que também afeta áreas de cultivo de algodão e girassol, além de pastagens, reporta a Agência Fapesp. As fêmeas de T. podisi localizam ovos de E. heros nas plantas e neles depositam seus próprios ovos, interrompendo o desenvolvimento do percevejo-marrom no início do ciclo de desenvolvimento. “Os ovos da praga tornam-se de coloração escura e dão origem a novas vespas, em vez de novos percevejos. Na sequência, essas vespas vão parasitar mais ovos da praga”, detalha Regiane Cristina de Oliveira, professora do Departamento de Proteção Vegetal da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, campus de Botucatu. Para oferecer aos produtores a forma correta de utilização do defensivo agrícola natural, vários estudos foram realizados para entender como deve ser liberado – qual a quantidade de vespas e a melhor distância entre os pontos de liberação, entre outros aspectos. O grupo de pesquisadores verificou em condições de campo que a capacidade de dispersão de T. podisi, influenciada pelo estágio de crescimento da soja, variou entre 31 e 39 metros. A taxa máxima de parasitismo de ovos de percevejos foi de cerca de 60%. Com base nesses resultados, os autores recomendam que os pontos de liberação das vespas sejam espaçados no máximo 30 metros entre si para fornecer controle eficaz da praga, uma das mais agressivas da cultura da soja.

 


Uma reação de fusão nuclear superou duas barreiras cruciais para operar em um “ponto ideal” necessário para a produção de energia: aumentar a densidade do plasma e manter esse plasma contido mais denso, começa matéria do site Inovação Tecnológica. O feito foi alcançado em um pequeno reator experimental do tipo tokamak, chamado DIII-D, pertencente ao Departamento de Energia dos EUA, mas operado pela empresa General Atomics. Existem várias abordagens na tentativa de chegar à fusão nuclear sustentada, como a mais famosa fusão inercial a laser, que vem batendo todos os recordes até agora, a fusão magneto-inercial, o reator SPARC do MIT e o reator de fusão privado Trenta. Mas os tokamaks representam de longe a versão mais utilizada em todo o mundo, consistindo em uma uma câmara em formato de pneu onde um plasma mais quente do que a superfície do Sol precisa ser contido por campos magnéticos gigantescos para não tocar nas paredes do reator e derreter tudo. Essas energias são necessárias para alcançar o ponto onde os átomos do combustível se fundem para liberar ainda mais energia do que a que foi injetada no sistema. O que a equipe demonstrou agora foi uma técnica para aumentar a densidade do plasma e, mais importante, fazer isso mantendo o plasma estável. Nesta primeira demonstração, o reator operou por 2,2 segundos com uma densidade média 20% acima do chamado limite de Greenwald, um ponto teórico acima do qual se acredita não ser possível aumentar a densidade do plasma sem que ele escape dos ímãs e danifique o reator. Mas o aumento da densidade do plasma é crucial para aumentar a produção de energia, uma vez que os experimentos demonstraram que a produção dos reatores tokamak aumenta proporcionalmente ao quadrado da densidade do combustível. Assim, vencer esse limite tem ocupado os pesquisadores da área há tempos.